Depois de 11 facadas, mulher de 30 anos comemora a vida em casa 364er

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No pescoço, os pontos que serão retirados no fim do mês (Foto: Clayton Neves)
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  • Post publicado:21 de agosto de 2019
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Sentada no sofá da sala, a dona de casa de 30 anos, ainda se restabelece do ataque que sofreu no dia 29 de julho, no Jardim Carioca. Ela foi rendida e esfaqueada 11 vezes, sendo três golpes no pescoço. A recuperação aconteceu em surpreendentes 19 dias e, depois de receber alta, relembra o que ou. “É um milagre eu estar aqui”.

As marcas pelo corpo ainda são recentes, mas a rápida recuperação permitiu que recebesse alta no sábado (17). A informação inicial era de que ela havia sido atingida por 14 facadas, mas corrigiu, dizendo que foram 11. No pescoço, são visíveis os pontos e a traqueostomia feita durante os nove dias em ficou internada na CTI (Centro de Tratamento Intensivo) da Santa Casa. A previsão é que os curativos sejam retirados no fim do mês.

Ela recebeu a reportagem enrolada em cobertor, na sala. Os três filhos, de 7, 12 e 13 anos, faziam companhia, mas foram para o quarto enquanto depois da chegada da equipe.

Com fala pausada e tranquila, contou que iria visitar a cunhada quando foi atacada na arela de o ao Núcleo Industrial. “Ele me abordou por trás, não consegui ver direito, ele me vendou”, disse, explicando que tem “flashes” dos que aconteceu e não deu mais detalhes das feições do homem.

“Ele era muito frio, não falou muito, só me mandou calar a boca”. Ela foi arrastada para área de matagal. O ataque durou pouco tempo, mas, não soube precisar quanto. A dona de casa diz que ele tentou estuprá-la, mas, não conseguiu. Logo depois, as facadas: foram três no pescoço, uma que transou a mão e o resto na região do abdômen. Depois, ele fugiu.

“Quando eu comecei a perder as forças, pedi a Deus para me ajudar”. Ela conta que conseguiu levantar e deu alguns os de volta para a arela, caindo novamente. “Pedi de novo a Deus para me deixar chegar na beirada da arela, para levantar e pedir socorro”.

Ela conseguiu chegar até a arela, avisou uma mulher e acenou, sendo socorrida.

O marido, de 31 anos, estava no trabalho e contou que recebeu ligação de número desconhecido. “Senti uma coisa estranha, resolvi atender”, lembra. Era da testemunha que havia socorrido a esposa, relatando o que aconteceu. “A vida muda de cabeça para baixo”.

A dona de casa permaneceu 19 dias internada. O marido contou que a situação era grave e os médicos se surpreenderam com a evolução do quadro clínico, logo depois das primeiras 24h. O casal é evangélico e credita essa recuperação a corrente de orações que se espalhou por vários Estados e até fora do país. “Fiquei sabendo de orações no Peru, Paraguai, Argentina e EUA pela minha esposa”.

Para ele, o que fica agora é a “gratidão de Deus pela vida da esposa”. Sobre o agressor, diz que “está na mão de Deus e que ele vai tomar conta”. O casal está com medo, por conta da repercussão do caso e do grande número de pessoas que foi até a casa deles, prestar solidariedade.

O caso está sendo investigado pela Deam (Delegacia Especializada em Atendimento à Mulher). Cerca de 500 metros de distância do trecho em que ela foi atacada, outra mulher foi ferida, também a facadas, em ponte improvisada usada para dar o ao Núcleo Industrial.

A população fez protesto pedindo mais segurança no Jardim Carioca, depois desse recente ataque. A assessoria da PM (Polícia Militar) informou que a segurança no bairro foi reforçada e que a equipe de inteligência está fazendo monitoramento para acompanhar a situação no bairro e reduzir os índices de criminalidade.

arte whats2

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