Na manhã desta terça-feira (3), um estrondo acompanhado por vibração intensa provocou alvoroço entre os moradores de Bonito, município localizado a cerca de 297 km de Campo Grande. O impacto foi sentido em diferentes áreas da cidade e também na zona rural, gerando temor e confusão entre a população. 4f6d1y
O evento foi registrado pelo Centro de Sismologia da Universidade de São Paulo (USP), que apontou uma magnitude de 1.7 MLv (Magnitude Local vertical). Trata-se do décimo abalo sísmico registrado em Mato Grosso do Sul apenas em 2025 e o segundo em Bonito neste ano — o anterior ocorreu em 19 de abril.
Yolanda Prantl, integrante do Coletivo Unidos Serra da Bodoquena, contou ao site Campo Grande News que estava no Instituto Família Legal, no bairro BNH, quando tudo tremeu. “Meu Deus do céu. Tremeu tudo aqui. As crianças saíram correndo, assustadas”, relatou. A situação causou grande comoção entre aqueles que presenciaram o tremor.
Outro morador, Marc Laurent Zayas Colas, que estava a 18 km do centro, nas proximidades da MS-382, também ouviu um estrondo anormal. “Foi um tremor fora do comum”, afirmou o turismólogo, que é sócio proprietário da Fazenda Iguassu. Para ele, o fenômeno levanta ainda mais preocupações sobre o avanço da mineração na região. “A mineração está chegando com muito vigor na região, sem muitos problemas para se instalar. A região toda já foi prospectada, se não houver uma regulamentação da atividade será o fim de Bonito”, alertou.
Embora a região tenha histórico de atividades de mineração, com constantes detonações autorizadas por licenças ambientais, a professora Edna Maria Facincani, da UFMS, esclarece que o tipo de abalo registrado não tem as características de uma detonação.
“Existe sismo por detonação, mas a propagação da onda no sismograma é diferente. Esse não é por detonação. Esse é sismo mesmo”, afirmou a pesquisadora da Faculdade de Engenharia, Arquitetura e Urbanismo e Geografia.
De acordo com ela, apesar da baixa magnitude, a percepção do tremor foi clara entre os moradores porque o hipocentro estava em uma profundidade rasa. “Quando o hipocentro é muito raso, as pessoas sentem”, explicou. Em Mato Grosso do Sul, a profundidade média dos hipocentros é de cerca de 5 km.
Em 2025, além dos dois episódios em Bonito, os demais tremores no estado ocorreram em municípios como Sonora, Miranda, Rio Negro, Ponta Porã e Corumbá, reforçando a atenção à atividade sísmica na região.
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